TUDO MUDOU… PORQUE É QUE A GESTÃO AINDA NÃO?
A gestão das empresas tem sido, até hoje, influenciada pelos princípios de gestão criados na 2ª Revolução Industrial; princípios, esses, baseados na produção em massa, que se alcança graças ao conceito de divisão de tarefas e ao uso da energia elétrica. O primeiro exemplo conhecido foi o da primeira correia transportadora num matadouro em Cincinnati, no ano de 1870. Desde essa altura que as regras de funcionamento das empresas (com os normais ajustes) não sofreram grande contestação nem alterações significativas, mantendo-se fiéis aos princípios de Taylor, Fayol e Ford.
Nestes dois séculos, a gestão tem sido baseada na hierarquia de decisões e funções, com elevado foco na cadeia de valor e atenção máxima ao produto, numa clara visão construída “de dentro para fora”. Apesar das diferentes mudanças que o mundo tem vivido, nomeadamente no início do séc. XXI, as empresas têm resistido a alterar o seu modo de atuar e de pensar.
Modelos mentais arreigados no passado e em crenças culturais do século transato têm bloqueado a evolução e a transformação dos negócios, condenando empresas um pouco por todo o mundo. Chegou o momento de alterar esta realidade. Identificada em 2016 pelo WEF (World Economic Forum), a 4ª Revolução Industrial chegou para mudar tudo. Baseada no uso de sistemas físicos cibernéticos (CPS – Cyber Physical Systems), dando início à era da indústria conectada e das fábricas inteligentes (smart factories). Esta nova realidade tem-se expandido e alargado à sociedade e ao mundo com a crescente influência da tecnologia e da conectividade. Este fenómeno comportamental crescente tem alterado significativamente o comportamento dos consumidores e a dinâmica dos mercados. Empresas ditas tradicionais têm perdido terreno para novos competidores, muitos deles representantes do movimento de startups, que tem vindo a alterar o modus operandi da gestão e as dinâmicas dos negócios.
Um novo modelo de gestão emerge focado em novas regras e suportado por novas variáveis de funcionamento, orientando o olhar para o cliente, utilizando para tal as abordagens emergentes da inovação, digitalização e agilidade.
Chegou o momento da mudança. Quem não adotar uma nova forma de atuar, um novo modelo de gestão do seu negócio, terá grandes dificuldades de sobrevivência na próxima década e no futuro.
A transição de modelos de gestão (do clássico para o futuro) requer um esforço de transformação profundo, que redesenhe e redefina todas as regras e formas de atuar até aqui praticadas na cadeia de valor das empresas.
Business Pulse é uma nova abordagem ao modelo de gestão das empresas, alinhada com o contexto de transformação atual e com uma visão orientada para o futuro. Uma profunda transformação das empresas que querem progredir e ter sucesso na 4ª revolução industrial. Serve para ajudar as empresas a desenhar, desenvolver e implementar o novo modelo de transformação global, através de sessões de trabalho envolvendo o board da organização. Procede-se assim à auditoria, decisão, construção e implementação das 12 variáveis da framework de transformação da gestão que designamos de Business Pulse e que está ilustrado no quadro abaixo.
Modelo Clássico de Gestão: Hierarquia, Processo, Cadeia de Valor, Produto
1. Gestão assegurada por regras e procedimentos (Burocracia)
2. Objetivos definidos sectorialmente (Alinhamento Linear)
3. Decisões tomadas de forma hierárquica top-down (Hierarquia)
4. Pessoas motivadas por recompensas extrínsecas (Status Corporativo)
5. Formação focada em competências técnicas e educação formal (Formação Técnica)
6. Foco em processos e produtos (Foco Empresarial)
7. Visão de negócio orientada de dentro para fora (Pipeline)
8. Escala para ganhar em toda a linha (Escalabilidade)
9. Benchmark orienta o business intelligence (Visão Lateral)
10. Sociedade 2.0 (Industrialização)
11. Europa e EUA como hubs dominantes (Anglo Sax)
12.Gerações classificadas por idades (Geracional)
Modelo Futuro de Gestão: Propósito, Inovação, Agilidade, Digitalização, Cliente
1. Gestão assegurada por millennials & nova força/forma de trabalho (Workforce 2.0)
2. Objetivos definidos por equipas autónomas e muito qualificadas (Business Agility)
3. Decisões tomadas de forma cocriada e colaborativa
4. Pessoas motivadas por recompensas intrínsecas (Propósito)
5. Formação focada em lifelong learming (Formação Contínua)
6. Foco em automação, tecnologia inteligente & cibersegurança (Transformação Digital)
7. Visão de negócio orientada de fora para dentro (Negócios de Plataforma e Ecossistema)
8. Novos hubs de poder e abordagem colaborativa (Hubs Sectoriais Colaborativos)
9. Foco no valor gerado para clientes (Clientocêntrico)
10. Sociedade 4.0 | Humanos vs digital (InfoTech & BioTech)
11. China, Índia & economias emergentes (Chindia & Emergentes)
12. Envelhecimento & explosão demográfica (Escalabilidade Humana | Singularidade)
Suportada em 12 grandes eixos estratégicos de mudança, o método de transformação da gestão assume o nome de Business Pulse. A necessidade de um novo pulsar, de uma nova energia, é o que fará as empresas seguirem no caminho do sucesso.